segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Partido Pirata

Eu já tinha lido sobre a existência desta organização na Alemanha, mas confesso que até agora desconhecia completamente que ele estava às vésperas de ser intitucionalizado no Brasil e que o movimento do Partido Pirata aqui já existia desde 2007.
Tive a oportunidade de encontrar o link direto para a página deles e confesso que fiquei surpreso com o que eu encontrei.
Muitas das minhas próprias idéias e propostas que sempre achei que um dia poderiam ser implantadas ou simplesmente sugeridas parecem com a filosofia do grupo, a começar por uma falta de hierarquia na organização, sendo os membros tratados todos por igual e em um modelo horizontal de trabalho.
Mas o que mais me chamou atenção foi a ideologia da qual compartilho de que cultura não pode ser vendida, ou manipulada ou controlada. Que música, livros, enfim, todo bem cultural, deve ser compartilhado universalmente, sem esse monopólio ridículo que limita a criatividade e reduz a divulgação. A parte da indústria fonográfica me chamou mais atenção principalmente pelo fato de eu ser mais do que interessado no assunto e, acima de tudo, baixista da banda Colorbar (www.myspace.com/bandacolorbar). Breve marketing hahahaha.
Já é mais do que conhecido que os músicos de fato mal ganham com a venda de CDs. E, independentemente disso, sempre fui da opinião de que o músico tem que ser pago pra tocar. Músico tem que trabalhar. E não coçar a bunda no sofá por um ano inteiro enquanto arrecadaria receitas por algo que, ao meu ver, nada passa de um currículo do profissional (no caso do músico, o CD).
Quando você quer um emprego melhor, um lugar pra trabalhar, ser reconhecido como profissional renomado, você redige o seu currículo e o distribui livremente por aí, porque é do seu interesse que as pessoas tomem conhecimento do que você fez, faz e ainda pretende fazer. No caso do artista penso que deva ser igual. A gravação das faixas é só um dos processos. É só o começo. O estágio. O pequeno portifólio através do qual as pessoas conheceram uma parte de sua habilidade e decidirão, então, se vale a pena ir no show ao vivo e ceder parte de seu dinheiro para compor o seu salário. Simples assim.
Mas focando novamente nas propostas do Partido Pirata, eu recomendo a todos irem no site deles e formarem as próprias opiniões a partir da leitura e reflexão sobre o assunto.
Mas garanto que são no mínimo interessantes tentativas de revolução como: total transparência das informações governamentais, uso de softwares livres nos órgãos brasileiros e até luta contra projetos de lei como o de Azeredo e Mercadante, que ferem a liberdade de expressão e a privacidade da população brasileira.
Enfim, realmente gostei do que li e espero de coração que vá pra frente esta recente criação. Da minha parte, farei o que for possível para contribuir. Raramente encontrei tantos ideais dos quais compartilhava unidos em um mesmo lugar.
Para o site do Partido Pirata brasileiro: http://www.partidopirata.org/

domingo, 25 de outubro de 2009

Ócio ...

O que o ócio não me faz?
Eu simplesmente não tenho nada pra postar, e ainda assim me senti atraído em escrever algo.
Talvez porque ultimamente eu sinto um ímpeto extraordinariamente forte de combinar as palavras, sons, sentidos. Talvez porque eu não tenha simplesmente nada melhor pra fazer mesmo. Ou porque eu esteja tentando ocupar minha mente pra não pensar em outras coisas.

Mas de qualquer maneira, às vezes é bom passar esse tempo sozinho pra refletir (ou não!).

Por mais sádico, nerd ou imbecil que eu possa soar, esporadicamente eu gosto de ter um tempo pra fazer o que eu estou fazendo. Quem nunca passou uma madrugada de final de semana em frente ao computador, lendo, ouvindo música lenta, comendo, pensando no futuro, no passado, no presente ...

Uma amiga minha acabou de dizer que a noite está estranhamente assustadora. De fato eu estou com a sensação de que algo ruim poderá acontecer. E nem ao menos sei o que é. Mas espero estar redondamente enganado (tipo como se o Faustão falasse que dois mais dois é cinco).

Desculpo-me pelo post extremamente inválido que foi este, mas serve como proposta pra quem está meio confuso ou perdido ou algo assim.
É bom pra cabeça descansar um pouco. Buscar inspiração em algumas músicas acústicas (no meu caso, no momento é a trilha sonora do filme Into The Wild), ou nos sons de algum instrumento, ou nas palavras redigidas sem propósito específico senão o terapêutico.
Por mais desnecessários que pareçam, estes procedimentos podem servir pra desviar a atenção de coisas que estejam enchendo a sua cabeça. Preocupando, confundindo, desviando ...

Não sei se sou o único, mas eu me penalizo e muito por pensar.
Por mais que muitas das minhas ações espelhem para os outros justamente o contrário, eu mantenho uma tendência de analisar e inventar inúmeras possibilidades para cada ato meu, criando esperanças ou desesperanças antes de as mesmas poderem existir.
E não é um momento de arrogância este meu. Não quero dizer que penso na boa conotação que o verbo costuma levar. Mas digo que penso demais e de um modo ruim. O maior exemplo é estar filosofando em um texto extremamente contraditório como este sem chegar a lugar nenhum e por razão nenhuma também. Estranho ...

Enfim ... post só pra encher linguiça ... nem devia ter escrito ...

sábado, 24 de outubro de 2009

Tít--- -----rado

Não sou muito de ficar escrevendo sobre política e tal, mas certas coisas não podem deixar de serem ditas. Não que eu seja apolítico. Muito pelo contrário. Garanto ler e entender o que acontece ao redor do mundo muito mais do que muito anarquistazinho ou metidinho a revolucionário que se considera munido de argumentos simplesmente reproduzindo o que o Marcelo D2 ou o Chorão dizem na MTV. Acontece que eu infelizmente sou meio pessimista quanto à mudanças consequentes de panfletos e textos. Mas enfim, isso é discussão pra outro dia ...
O que de fato me fez vir aqui no blog postar sobre política é o absurdo sem previsão de fim que é o jornal O Estado de São Paulo estar, hoje, dia 24 de outubro de 2009, há 85 dias proibido de divulgar simplesmente quaisquer informações sobre as investigações feitas sobre essa escória que é o grupo de José Sarney e "cambada".
Limitar ou, como é o caso com todas as letras, CENSURAR qualquer coisa pra benefício próprio é, na minha opinião, um absurdo. Em plena era da internet e da informação livre e fácil, bloqueá-las assim, na cara dura, é um tapa na cara da dignidade humana. E nem estou apelando para essa utopia de acreditar que vivemos numa democracia, porque neste ponto eu sei que estamos bem longe. A vontade do povo em geral nunca foi de fato respeitada. Seja porque o conceito de "povo" era bem fechado (como no caso da famosa Grécia antiga, onde o conceito foi criado) ou porque, como funciona hoje no mundo, é simplesmente a imposição da vontade de uns sobre os outros (mesmo que esses "uns" sejam maioria).
Anyway, a questão é que um jornal, um meio de comunicação acessível a toda a população, não pode continuar sob censura como está ocorrendo. É um absurdo que informações cruciais sobre os homens que gerem nossa política não possam ser divulgadas. Não é nem que não possam ser discutidas ou refutadas, ou algo assim. Não. Nós fomos privados de simplesmente TOMAR CONHECIMENTO do que acontece ...


... e ainda assim uma rápida volta pela internet ou qualquer lugar que tenha jovens com pretensões marxistas você encontra toneladas de bobagens sobre liberdade, sabedoria e melhoria social ...


... enquanto um dos maiores jornais do Brasil é proibido de ampliar os dados sobre a situação e divulgar, nem que seja para um número mínimo de pessoas, a verdade (ou o mais próximo disso possível no caso).

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Vinte e poucos ...

"But I’m still having fun and I guess that's the key,
I'm a twenty something and I'll keep being me ..."
-Twentysomething (Jamie Cullum)

Muito se fala sobre ter vinte e poucos anos (e nem estou falando do Fábio Jr. ou dos Raimundos) e, pelo visto, o caos predominante desta fase não se limita às lendas populares e conselhos de família.
Começo este blog, feito sabe-se lá porquê no tédio de uma madrugada de quinta-feira, dissertando sobre as maravilhas e desastres de entrar na crise dos "vinte-e-poucos anos".
Nesta idade (que compreende, obviamente, a faixa de 20 à 29 anos e antecipa a famosa crise dos trinta) você com certeza já filosofou sobre certas coisas que envolvem a sua vida (e a alheia também).
Começa a se indagar, por exemplo, se o que conquistou até então era o que realmente queria. Se o caminho (e alguns casos, caminhos - inclusive opostos) que está percorrendo chegará a um destino final satisfatório ou se você de fato ao menos sabe o que você quer pra sua vida.
Vejo (e muitas vezes faço o mesmo) as pessoas que comigo compartilham as mesmas angústias tentarem abraçar o mundo inteiro de uma vez e simplesmente não concretizar nada por completo. Projetos mil, qualidade zero.
Aos vinte-e-poucos, você com certeza também já viveu algumas coisinhas e aprendeu lições básicas para uma vida inteira. Já experimentou alguns erros. Já adquiriu alguns vícios de personalidade. Já mudou certos hábitos antigos (pra melhor ou pra pior). Já amou, no mínimo, uma vez. E igualmente se decepcionou. Já percebeu que os relacionamentos são muito mais complexos que as provocações de pátio de colégio, portas de shopping centers e festas de aniversário. Já notou que o sorriso perdeu a inocência para a sedução. Que a curiosidade do olhar cedeu espaço para o desejo de conquistar. Já inventou teorias para um mundo melhor. Já acreditou (e se já não desacreditou, desacreditará) que conseguiria mudar a humanidade inteira sozinho. Já pensou em largar tudo, em começar de novo, em consertar, em espernear, em gritar, em dançar tango no telhado, em sair mendigando, em caminhar pela madrugada sem direção definida, apenas com um bom agasalho e seu disco favorito no mp3 ...
Na fase do "definitivamente talvez", em que as decisões parecem tão importantes e impossíveis de serem tomadas por toda uma eternidade, nos encaixamos no meio termo do mundo: muito velhos para não formar uma opinião e muito jovens para que a mesma seja totalmente levada em conta. Como já escreveu Jeff Buckley: "too young to hold on and too old to just break free and run".
A ansiedade, as questões, os nervos à flor da pele e o stress assumem o comando.
Um dia queremos girar o planeta com nossas próprias mãos se possível fosse. No outro, imploramos uma pausa como se nosso umbigo fosse a causa do movimento da rotação terrestre.
Mas ainda assim, sabemos muito bem que vivemos uma época excelente. Que esse é o nosso tempo, a nossa hora. Que se os dias passam mais rápido que antes, ainda assim são proporcionalmente intensos. Que o horizonte não é de todo ruim. Que estas são nossas últimas chances de extravasar, de conhecer, de caleijar, enfim, de - paradoxalmente - viver (antes de a vida começar).