domingo, 27 de dezembro de 2009

Filmes, escunas e mousses de limão

Tem horas que você se encontra indagando sobre as próprias atitudes, vontades e escolhas.
Que você questiona a validade daquilo que imaginava ser o melhor.
Que o melhor e o certo nem sempre andam de mãos dadas.
Que você gostaria de voltar atrás em certas decisões.

Talvez pior do que sofrer com os caminhos que os outros quiseram seguir, seja sofrer pelo arrependimento de seguir um caminho que você mesmo escolheu.
Saber que na época a escolha pareceu a ideal, mas que só agora a mesma se revela equivocada, se não completamente errada.
Saber que prejudicou, magoou, atrapalhou.

E que agora o passo já foi dado. A viagem executada.
Provavelmente a vida é outra. O pensamento é outro. Os anseios, necessidades e desejos diferentes. O costume, o padrão e a visão não são mais os mesmos.

Erros feitos há praticamente um ano e meio atrás ficam claros somente agora, no mesmo instante em que as consequências são expostas e percebo que possível e infelizmente não posso voltar atrás nas minhas ações.
Não mais por vontade minha. Mas porque imagino que tudo já esteja mudado.

Que a rotina antiga foi de fato uma das melhores que tinha. E que não poderei restaurá-la.

Acho que não fiz boas escolhas.


E o pior é que eu não tenho o direito de querer retornar ao meu mundo. Seria falta de caráter pedir que tudo fosse como antes. Ou talvez não ... Não sei ...

O que tenho, pro momento, é o consentimento do que minhas ações geraram. E só.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal

Prepara, limpa, arruma, muda.
Natal.
Acorda cedo, procura, compra, procura mais.
Natal.
Fila de supermercado, trânsito, stress generalizado.
Natal.
Cozinha, gela, descongela, frita.
Natal.
Toma banho, procura roupa, gel, perfume.
Natal.
Bebidas, comidas, salgados, doces.
Natal.
Correria, pressa, discute, agita.
Natal.
Presentes, flores, cartões, lembranças.
Natal.

Nestes dois dias todo mundo age igual. Stress pra lá, stress pra cá. Mas quando a família se reúne, quando a comida é posta, quando alguém conta a primeira piada e o relógio dá a primeira badalada anunciando a data, a calmaria invade as mentes e o que importa é estar com aqueles que você ama, não importa o quão tortuoso for o caminho. Um abraço, um beijo, uma ligação, aquele SMS esperado, uma carta, um e-mail, uma mensagem. Tanto faz o modo como a mensagem "te amo e obrigado por tudo" é transmitida aos familiares, amigos e amores. Sendo sincero, é o que importa.

Desejo um feliz natal à todos. Sem exceção.
Mesmo que ninguém leia, mesmo que um leia, mesmo que o mundo inteiro leia.

A data provavelmente nos torna propensos a esquecer decepções, tristezas, mágoas.

Somos todos temporários neste infinito universo.
Não vale a pena nos estragar com sentimentos ruins.
A vida acontece.
E só isso.

Feliz Natal =)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ensaio sobre as amizades

Não sei se é o fim de ano, ou as inconstâncias de minhas opiniões, ou mesmo o saudosismo decorrente da proximidade do fim de uma jornada acadêmica conturbada, mas nos últimos tempos me apeguei demais às amizades, às pessoas, às conversas.
Nunca antes tive tanto costume quanto tenho agora de olhar no olho de quem me propicia o diálogo.
De ouvir ... muito mais do que falar.
De entender ... ou tentar.
De compreender, de analisar, de respirar fundo nas breves decepções que sentimos e recordar do dolo em cada ação.
Da ausência de más intenções nos atos, que muitas vezes mal-interpretamos como falta de carácter ou má índole.

De qualquer modo, entrei na faculdade sem saber exatamente o que pensar das pessoas.
A diversidade que uma universidade pública oferece deixa qualquer novato perdido.
Com o passar dos tempos fui criando vínculos, fortalecendo laços e definindo quem eram as pessoas que eu realmente gostava de conversar, sair, apoiar.
Alguns dos quais eu nunca imaginei que trocaria meia dúzia de palavras hoje são como uma família. Aquela família que você escolhe.
E por mais que indivíduos de fora do ciclo social não entendam as relações, as amizades, os assuntos, as gracinhas e as brigas, de dentro nós sabemos como somos especiais um pro outro.

E hoje me inspirei nisto porque, agora que acabaram as aulas, junto se foram as piadas fora de hora na sala de aula, as longas conversas na cantina ou na escada dos prédios, a constante presença e ligações para saber se há a possibilidade de todos jantarem juntos, as trocas de trabalho via internet, os encontros quase que diários.

Não que as pessoas vão sumir.
Esses laços são de amizades que definitivamente não terminarão na entrega do diploma. Não estas.
Mas ainda assim será estranho a falta de convivência direta e constante.

E hoje nos reunimos novamente, tecnicamente pela primeira vez depois do fim das aulas oficiais.
Alguns ainda terão DPs (na verdade, no nosso grupo, só uma irá se formar este ano), salas para entrar, provas pra fazer. Mas não juntos. E por mais que o grupo inteiro não estivesse presente, foi divertido como sempre.

Boliche, cerveja, McDonald's, conversas ...

Encontros assim são sempre alegres e inesperados.

Pena que serão menos frequentes, seja por trabalho, estudo, geografia ...

Mas são contatos que serão sempre preservados e mantidos, porque de tudo, posso dizer que são umas das poucas coisas que valeram a pena nestes quatro anos.