quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ensaio sobre as amizades

Não sei se é o fim de ano, ou as inconstâncias de minhas opiniões, ou mesmo o saudosismo decorrente da proximidade do fim de uma jornada acadêmica conturbada, mas nos últimos tempos me apeguei demais às amizades, às pessoas, às conversas.
Nunca antes tive tanto costume quanto tenho agora de olhar no olho de quem me propicia o diálogo.
De ouvir ... muito mais do que falar.
De entender ... ou tentar.
De compreender, de analisar, de respirar fundo nas breves decepções que sentimos e recordar do dolo em cada ação.
Da ausência de más intenções nos atos, que muitas vezes mal-interpretamos como falta de carácter ou má índole.

De qualquer modo, entrei na faculdade sem saber exatamente o que pensar das pessoas.
A diversidade que uma universidade pública oferece deixa qualquer novato perdido.
Com o passar dos tempos fui criando vínculos, fortalecendo laços e definindo quem eram as pessoas que eu realmente gostava de conversar, sair, apoiar.
Alguns dos quais eu nunca imaginei que trocaria meia dúzia de palavras hoje são como uma família. Aquela família que você escolhe.
E por mais que indivíduos de fora do ciclo social não entendam as relações, as amizades, os assuntos, as gracinhas e as brigas, de dentro nós sabemos como somos especiais um pro outro.

E hoje me inspirei nisto porque, agora que acabaram as aulas, junto se foram as piadas fora de hora na sala de aula, as longas conversas na cantina ou na escada dos prédios, a constante presença e ligações para saber se há a possibilidade de todos jantarem juntos, as trocas de trabalho via internet, os encontros quase que diários.

Não que as pessoas vão sumir.
Esses laços são de amizades que definitivamente não terminarão na entrega do diploma. Não estas.
Mas ainda assim será estranho a falta de convivência direta e constante.

E hoje nos reunimos novamente, tecnicamente pela primeira vez depois do fim das aulas oficiais.
Alguns ainda terão DPs (na verdade, no nosso grupo, só uma irá se formar este ano), salas para entrar, provas pra fazer. Mas não juntos. E por mais que o grupo inteiro não estivesse presente, foi divertido como sempre.

Boliche, cerveja, McDonald's, conversas ...

Encontros assim são sempre alegres e inesperados.

Pena que serão menos frequentes, seja por trabalho, estudo, geografia ...

Mas são contatos que serão sempre preservados e mantidos, porque de tudo, posso dizer que são umas das poucas coisas que valeram a pena nestes quatro anos.