terça-feira, 19 de julho de 2011

Jonathan Lauton Domingues

Não entendo de verdade a homofobia.

Sou hétero convicto desde o nascimento e gosto muito do sexo oposto, mas isso não me dá motivos para odiar quem não compactua com meus desejos.

Eu até entendo a vida difícil que levam esses jovens que se juntam em rebanhos a favor do ódio e da intolerância. Não é fácil ser um adolescente de classe média alta, sustentado pelos pais, vagabundo desde o berço, ganhando todos os brinquedos e mimos pelos quais chorava, estudando em ótimos colégios e usufruindo do suor da família para auto sustento e satisfação.

Essa vida dura, de longas viagens, shopping centers com biscates púberes de portas de escola, chocolate e sucrilhos sem fim, cinemas, iPods e mesadas polpudas realmente justifica atos como, por exemplo, acertar uma lâmpada no rosto de um desconhecido.

Mais recentemente, pai e filho foram agredidos (o mais velho inclusive perdendo parte da orelha) por um grupo de acéfalos enquanto visitava uma exposição de mães de agressores homofóbicos ao serem confundidos com gays.

Não perco meu tempo dando lição de moral. Mesmo porque sei que, para a família desses garotos, sempre foi prioridade as aulas de Yoga da mãe e o carro conversível do pai, ao invés da educação correta do filho. Isso, a escola católica ao qual o rebento foi matriculado foi responsabilizada. Os pais, coitados, não tinham tempo para estes ensinos com o pouco tempo de intervalo entre um restaurante chique e alguma exploração trabalhista da empregada doméstica que cuidava de seu apartamento de vários dormitórios em alguma área residencial de luxo.

Mas, de qualquer maneira, fica minha curta mensagem de indignação com estes fatos recentes e a sugestão de uma pena mais "islâmica" para tais indivíduos. Nem que, para isso, se aplique a Lei de Talião e - parafraseando e já prevendo o que disse Gandhi - acabemos todos cegos.