sábado, 14 de novembro de 2009

Animosidade

Hoje vi uma cena que faria Darwin rasgar todos os seus manuscritos e cair em prantos.
Chegando no metrô, vejo um cara completamente alterado (acho que bêbado não descreve perfeitamente o estado do indivíduo em questão), em frente a uma barraca de cachorro-quente, gritando, comemorando ninguém sabe o quê, e aparentemente sorrindo.
Nisto, se não bastasse a captura de toda a atenção da população dos arredores para a sua conduta, o Einstein resolveu pegar a lixeira que se encontrava na calçada e jogar em si mesmo.
Exatamente ...
... pegou a lixeira, colocou sobre a sua cabeça e virou, com todo o conteúdo caindo em cima de seu organismo histérico ...

... o que me fez pensar não na falta de inteligência alheia (é muito fácil se julgar melhor que os outros), não na indecência (pudor e moral são conceitos completamente relativos na minha opinião) e não na bizarrice da história (que é óbvia demais para perder meu tempo comentando-a).
Mas pensei que no final não passamos muito de animais.
Não na conotação ofensiva que adotamos com o passar do tempo para criticar comportamentos mais brutos e/ou ignorantes.
Mas no sentido de que somos todos um saco de carne levando órgãos e sangue de um lado pro outro.
Podemos pensar, discutir, relacionar, amar, odiar, rir, chorar. Mas ainda assim há padrões nos nossos comportamentos que não nos fazem tão únicos assim.
No final não passamos de uma espécie com características básicas para todos. Sem sentido, sem razão.
Todos vivemos e morremos. Todos uma vez ou outra seguimos o instinto.
Somos mais organizados, usamos roupas, construímos coisas.
Mas ainda assim somos pequenos animais na infinidade do universo, sobrevivendo e agindo como bandos.
Nem sempre é um polegar opositor que nos fará melhores, afinal ...