domingo, 14 de março de 2010

Publicando (in)utilidades particulares

Faz semanas que eu quero escrever novamente neste blog, mas condições adversas me impem de dar continuidade a uns dos meus favoritos hobbies: escrever.
Cansaço pós-stressante-dia-corrido-de-trabalho recém-iniciado em outra cidade. Falta de criatividade ou excesso dela, que atrapalham a escrita tanto pelo vazio quanto pela escolha. Tempo livre utilizado em outras vertentes de minha vida: a social (já mal existente), a musical (que bem caminha e me satisfaz), cultural, outras obrigações não lembradas ou que mal valem a pena a citação.
De qualquer maneira hoje eu decidi sentar de qualquer maneira em frente ao computador e digitar seja lá qual bizarrice desconexa multifacetada e desabafada fosse. E foi o caso da pluraridade de assuntos brincando de gangorra nos meus pensamentos, aparecendo e escapando de meus dedos como crianças que brincam de esconde-esconde entre pilares e muros no intervalo da aula em uma escola.
Pensei então em emular um Jack Kerouac tupiniquim e também simplesmente seguir um fluxo de consciência não-linear, mas não contando histórias de minha vida, mas pensamentos de meu cotidiano - que, por alguma razão desconhecida, me parecem muito mais sinceros que fatos para tal tradução individual.

Bom, agora sou trabalhador. Consultor de viagens. Pressão. O nome da empresa não posso dizer pois o setor de marketing procura pela internet por citações e eu posso ser repreendido, mas posso afirmar que é bem legal o trabalho. Corrido como nunca. Às vezes parece necessário ser três. E eu ando até sonhando com assuntos pendentes, apesar dos poucos dias que já vivenciei. Mas o tempo passa muito rápido. E dá para aprender bastante coisa.

Faculdade acabou. Quer dizer, ainda preciso fazer, entregar e apresentar a minha monografia, que está mais enrolada que novelo de lã que virou brinquedo na mão de um filhote de gato siamês, mas está valendo. Não há mais aulas, não há mais bar, não há mais ver algumas pessoas que eu gosto diariamente, e trocar idéias, e conversar, e rir, e brigar, e dialogar. Sinto falta. Já agora olho algumas fotos, prédios, bancos e céus e lembro das mais diversas situações marcantes em minha ainda curta vida. O clima saudosista já me invade no auge dos meus vinte e poucos anos. Mas, já dizia a personagem Summer no filme "500 dias com ela": a vida acontece. O futuro só acontece quando o presente vira passado. É clichê, é feio, mas é real.

E estou velho. Não quero mais baladas. Não quero mais barulho. Não quero mais uma vida mais rápida que um asteróide atraído pela gravidade terrestre.
Ando querendo, e muito, ficar deitado, na maior preguiça possível do meu ser, conversando com alguém sobre a vida, sobre planos e até mesmo sobre pés. Tanto faz. Só cansei de me bastar. Quero uma preocupação maior que mim mesmo.

E agora cansei de escrever. Não no geral. Mas neste momento.
Não sou muito fã de não ter algo concreto, um assunto específico sobre o qual dissertar.
Não gosto de ficar me expondo assim, em textos. Prefiro a sutileza musical.
Nem irei revisar três vezes o texto, principalmente a gramática, como é de praxe eu fazer sempre.
Isso foi uma experiência única. Uma tentativa para aprender e nunca mais fazer.
O próximo post terá de ser pensado, trabalhado, recheado.
Nem que este blog sofra um hiato de horas ou anos.