domingo, 27 de dezembro de 2009

Filmes, escunas e mousses de limão

Tem horas que você se encontra indagando sobre as próprias atitudes, vontades e escolhas.
Que você questiona a validade daquilo que imaginava ser o melhor.
Que o melhor e o certo nem sempre andam de mãos dadas.
Que você gostaria de voltar atrás em certas decisões.

Talvez pior do que sofrer com os caminhos que os outros quiseram seguir, seja sofrer pelo arrependimento de seguir um caminho que você mesmo escolheu.
Saber que na época a escolha pareceu a ideal, mas que só agora a mesma se revela equivocada, se não completamente errada.
Saber que prejudicou, magoou, atrapalhou.

E que agora o passo já foi dado. A viagem executada.
Provavelmente a vida é outra. O pensamento é outro. Os anseios, necessidades e desejos diferentes. O costume, o padrão e a visão não são mais os mesmos.

Erros feitos há praticamente um ano e meio atrás ficam claros somente agora, no mesmo instante em que as consequências são expostas e percebo que possível e infelizmente não posso voltar atrás nas minhas ações.
Não mais por vontade minha. Mas porque imagino que tudo já esteja mudado.

Que a rotina antiga foi de fato uma das melhores que tinha. E que não poderei restaurá-la.

Acho que não fiz boas escolhas.


E o pior é que eu não tenho o direito de querer retornar ao meu mundo. Seria falta de caráter pedir que tudo fosse como antes. Ou talvez não ... Não sei ...

O que tenho, pro momento, é o consentimento do que minhas ações geraram. E só.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal

Prepara, limpa, arruma, muda.
Natal.
Acorda cedo, procura, compra, procura mais.
Natal.
Fila de supermercado, trânsito, stress generalizado.
Natal.
Cozinha, gela, descongela, frita.
Natal.
Toma banho, procura roupa, gel, perfume.
Natal.
Bebidas, comidas, salgados, doces.
Natal.
Correria, pressa, discute, agita.
Natal.
Presentes, flores, cartões, lembranças.
Natal.

Nestes dois dias todo mundo age igual. Stress pra lá, stress pra cá. Mas quando a família se reúne, quando a comida é posta, quando alguém conta a primeira piada e o relógio dá a primeira badalada anunciando a data, a calmaria invade as mentes e o que importa é estar com aqueles que você ama, não importa o quão tortuoso for o caminho. Um abraço, um beijo, uma ligação, aquele SMS esperado, uma carta, um e-mail, uma mensagem. Tanto faz o modo como a mensagem "te amo e obrigado por tudo" é transmitida aos familiares, amigos e amores. Sendo sincero, é o que importa.

Desejo um feliz natal à todos. Sem exceção.
Mesmo que ninguém leia, mesmo que um leia, mesmo que o mundo inteiro leia.

A data provavelmente nos torna propensos a esquecer decepções, tristezas, mágoas.

Somos todos temporários neste infinito universo.
Não vale a pena nos estragar com sentimentos ruins.
A vida acontece.
E só isso.

Feliz Natal =)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ensaio sobre as amizades

Não sei se é o fim de ano, ou as inconstâncias de minhas opiniões, ou mesmo o saudosismo decorrente da proximidade do fim de uma jornada acadêmica conturbada, mas nos últimos tempos me apeguei demais às amizades, às pessoas, às conversas.
Nunca antes tive tanto costume quanto tenho agora de olhar no olho de quem me propicia o diálogo.
De ouvir ... muito mais do que falar.
De entender ... ou tentar.
De compreender, de analisar, de respirar fundo nas breves decepções que sentimos e recordar do dolo em cada ação.
Da ausência de más intenções nos atos, que muitas vezes mal-interpretamos como falta de carácter ou má índole.

De qualquer modo, entrei na faculdade sem saber exatamente o que pensar das pessoas.
A diversidade que uma universidade pública oferece deixa qualquer novato perdido.
Com o passar dos tempos fui criando vínculos, fortalecendo laços e definindo quem eram as pessoas que eu realmente gostava de conversar, sair, apoiar.
Alguns dos quais eu nunca imaginei que trocaria meia dúzia de palavras hoje são como uma família. Aquela família que você escolhe.
E por mais que indivíduos de fora do ciclo social não entendam as relações, as amizades, os assuntos, as gracinhas e as brigas, de dentro nós sabemos como somos especiais um pro outro.

E hoje me inspirei nisto porque, agora que acabaram as aulas, junto se foram as piadas fora de hora na sala de aula, as longas conversas na cantina ou na escada dos prédios, a constante presença e ligações para saber se há a possibilidade de todos jantarem juntos, as trocas de trabalho via internet, os encontros quase que diários.

Não que as pessoas vão sumir.
Esses laços são de amizades que definitivamente não terminarão na entrega do diploma. Não estas.
Mas ainda assim será estranho a falta de convivência direta e constante.

E hoje nos reunimos novamente, tecnicamente pela primeira vez depois do fim das aulas oficiais.
Alguns ainda terão DPs (na verdade, no nosso grupo, só uma irá se formar este ano), salas para entrar, provas pra fazer. Mas não juntos. E por mais que o grupo inteiro não estivesse presente, foi divertido como sempre.

Boliche, cerveja, McDonald's, conversas ...

Encontros assim são sempre alegres e inesperados.

Pena que serão menos frequentes, seja por trabalho, estudo, geografia ...

Mas são contatos que serão sempre preservados e mantidos, porque de tudo, posso dizer que são umas das poucas coisas que valeram a pena nestes quatro anos.

domingo, 22 de novembro de 2009

Champagne Supernova (por Noel Gallagher, do Oasis)

How many special people change? How many lives are living strange? Where were you when we were getting high?
Slowly walking down the hall. Faster than a cannon ball. Where were you while we were getting high?

Some day you will find me caught beneath the landslide in a champagne supernova in the sky.
Some day you will find me caught beneath the landslide in a champagne supernova, a champagne supernova in the sky.

Wake up the dawn and ask her why. A dreamer dreams she never dies. Wipe that tear away now from your eye.
Slowly walking down the hall. Faster than a cannon ball. Where were you when we were getting high?

Some day you will find me caught beneath the landslide in a champagne supernova in the sky.
Some day you will find me caught beneath the landslide in a champagne supernova, a champagne supernova in the sky.

Cos people believe that they're gonna get away for the summer.
But you and I, we live and die. The world's still spinning round. We don`t know why.
Why? why? why? why?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pensamentos de bolso

Alguns verbos perdem a credibilidade quando são distribuídos por aí, sem muito critério.


Sempre somos peças de um tabuleiro no jogo de alguém. E o descarte ou o cheque-mate são questões de conveniência.


O orgulho isola, mas a falta dele também.


Jogar é legal. Mas diversos jogos ocorrendo simultaneamente, sem propósito definido, não funciona.


Às vezes, menos é mais.


Analise o terreno antes de construir qualquer coisa.


Nem sempre as coisas tem um significado: "às vezes uma caneta é só uma caneta".


Muita diversão pode ser uma faca de dois gumes.


Pensar duas, três, dez, mil vezes antes de tomar quaisquer ações pode ainda assim não ser o suficiente.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Let me take you down 'cause i'm going to ...

Sem paciência pra muita coisa ...
Nem ia digitar isso ...
Pra ser bem honesto pensei o dia inteiro sobre um post sobre Deus. Mas resolvi mudar o tópico assim que liguei o pc.

Estranho pensar como duas pessoas que antes conversavam sobre tudo, que passavam horas a fio trocando sonhos, idéias e teorias, brincavam com as palavras e analisavam um ao outro, tenham tão pouco a dizer se comparado com o passado.
Não que não haja diálogo. Não que tenha algum clima muito constrangedor.
Pelo contrário.
Quando possível ainda existem horas ao telefone, MSN e cadeiras.
Mas parece que sempre tem algo que não pode ser dito.
Sempre algo a esconder.
Algo que um não pode fazer na presença do outro.

E isso é péssimo.

É péssimo porque não devia ser assim.
Porque nunca antes foi assim. Não antes de tudo isso, pelo menos ...
É péssimo porque soa de fato errado duas pessoas tão importantes uma pra outra hoje parecerem desconhecidos. Como se a intercecção de ambas histórias não tivesse sido intensa como foi.

Não há mágoas. Não há tristezas. Não há ressentimentos.
Mas há algo inexplicável. Silencioso. Que cala ...

Pelo menos está bem melhor. Vai melhorando conforme o tempo.
Já existem as risadas, as piadas, as memórias que vêm e criam uma harmonia agradável de usufruir.
Tornou-se possível aquelas reuniões do tipo "lembra quando a gente fez isso? Lembra quando vimos aquilo?".
Já é mais sensato. Melhor ...

No entanto dá pra melhorar.

Não quero o silêncio. Pelo menos não esse. Não de onde está vindo.

E sei, com total certeza, que o pensamento é recíproco. E que está em um céu com diamantes ...

domingo, 15 de novembro de 2009

Beijo de Filme

Acabei de ouvir uma música que vale um post nesta coisa aqui. Uma música do segundo cd do Moptop, chamada Beijo de Filme. Composição de Gabriel Marques. A letra é assim:


Era um tanto esquisito: jogava peteca contra o muro vizinho sem saber que a vizinha ao lado andava sozinha com os meninos do bairro.
Mesmo um tanto inibido, formou-se palhaço na escola de circo com louvor. Mestrado em riso, ganhou a vizinha com a piada do padre.

Escolha bem. Procure achar, se é que existe, alguém que realmente te agüente. Capaz de realmente te amar.

Mesmo que não acredite em amor de verdade, em beijo de filme, tem que haver alguém nesse mundo que não te despreze, que não te repulse.
Pois mesmo que não acredite em conto de fada, em beijo de filme tem que haver alguém pra te amar.

Era um tanto franzina: de frente era meia, de lado era nula. Sem sabor. Não muito barbada. Assustava os meninos por onde passava.
Mesmo com tantos defeitos, achou um marido como tinha direito sem saber, mas pouco importava, que não tinha dentes e nada enxergava.

Escolha bem. Procure achar, se é que existe, alguém que realmente te agüente. Capaz de realmente te amar.




É ... o rock nacional tem alguns tesouros escondidos que valem muito a pena. Resta apenas garimpar.

sábado, 14 de novembro de 2009

Animosidade

Hoje vi uma cena que faria Darwin rasgar todos os seus manuscritos e cair em prantos.
Chegando no metrô, vejo um cara completamente alterado (acho que bêbado não descreve perfeitamente o estado do indivíduo em questão), em frente a uma barraca de cachorro-quente, gritando, comemorando ninguém sabe o quê, e aparentemente sorrindo.
Nisto, se não bastasse a captura de toda a atenção da população dos arredores para a sua conduta, o Einstein resolveu pegar a lixeira que se encontrava na calçada e jogar em si mesmo.
Exatamente ...
... pegou a lixeira, colocou sobre a sua cabeça e virou, com todo o conteúdo caindo em cima de seu organismo histérico ...

... o que me fez pensar não na falta de inteligência alheia (é muito fácil se julgar melhor que os outros), não na indecência (pudor e moral são conceitos completamente relativos na minha opinião) e não na bizarrice da história (que é óbvia demais para perder meu tempo comentando-a).
Mas pensei que no final não passamos muito de animais.
Não na conotação ofensiva que adotamos com o passar do tempo para criticar comportamentos mais brutos e/ou ignorantes.
Mas no sentido de que somos todos um saco de carne levando órgãos e sangue de um lado pro outro.
Podemos pensar, discutir, relacionar, amar, odiar, rir, chorar. Mas ainda assim há padrões nos nossos comportamentos que não nos fazem tão únicos assim.
No final não passamos de uma espécie com características básicas para todos. Sem sentido, sem razão.
Todos vivemos e morremos. Todos uma vez ou outra seguimos o instinto.
Somos mais organizados, usamos roupas, construímos coisas.
Mas ainda assim somos pequenos animais na infinidade do universo, sobrevivendo e agindo como bandos.
Nem sempre é um polegar opositor que nos fará melhores, afinal ...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"Relijão"

O título do post está propositalmente escrito de forma incorreta, antes que alguém faça alguma observação muito genial, como é de praxe na maioria dos críticos de plantão ...
Pra começar, nos últimos dias eu venho em uma pausa deste mundo de internet. Não por opção própria, de fato, mas de qualquer maneira longe desta realidade virtual enganadora e sem reais expressões emocionais. E o que ocorreu foi eu ter muuuuito desse meu tempo livre transferido para outras áreas, principalmente as das reflexões.
E foi em um destes momentos de filósofo de butiquim, ao ouvir minha chefe reclamar da vida e outras coisas, que me ocorreu uma "epifania": as pessoas, acima de qualquer outra coisa, querem na verdade é uma salvação. Algo que lhes tire do marasmo ou das enrascadas que a vida gera ao longo do trajeto.
E dizendo isto, não falo de modo algum de Deus, ou da igreja, ou da religião que todos buscam como resposta pra tudo ("Ai, tá com gripe, fia? Rézumpôco pro Senhor que Ele te ajuda rapidim. Adoro relijão por isso ..."). Mas digo de um milagre menos sobrenatural mas igualmente inverosímil que seria o de as coisas simplesmente se resolverem por conta própria.
É claro que eu estou consciente que nem tudo na vida é falta de mexer a bunda da cadeira.
Tenho uma visão menos egoísta de perceber que há a possibilidade de a vida estar muito além do controle de seus dedos, e sermos apenas vítimas fatais de relações externas que influenciam de algum modo nossas vidas.
Mas boa parte do que eu vejo por aí são pessoas que resumem tudo à já falada salvação: encontrar o par ideal, saúde, dinheiro, família, escola, rumo, jogo. Todos somente esperando as coisas acontecerem. Ser perceber que possivelmente elas já estão acontecendo e nosso orgulho é muito grande pra abdicar de certos confortos ou facilidades. Ou até mesmo ter a humildade de falar "não, fulano(s) está certo". E não me excluo da categoria. Reconheço minhas vulnerabilidades. Mas isso não me impede de relatar minha opinião perante o assunto: que é a de que as pessoas querem apenas se salvar. Independentemente de como, porquê, onde. As salvações estão disfarçadas nos mais diversos aspectos do interesse humano.
Mas no fim acho que acaba sendo meio como um antigo ditado que já ouvi muito "A pessoa quer o 'Venha à nós' e o 'Vosso Reino' que se foda".
Reconheço que não dá pra afirmar que essa é a verdade única e absoluta. São só opiniões formadas por alguém que tem tanto ou mais defeitos como o resto do mundo. Mas ainda assim penso e tento criar padrões sociais aos quais analisar e tentar a partir deles me relacionar melhor no planeta e entender o significado e razões das coisas.

domingo, 8 de novembro de 2009

Vícios

Às vezes soa meio inacreditável que seja possível viciar em uma pessoa. Mas no fim das contas nem é tão difícil assim de acontecer.
Não digo o vício propriamente dito semelhante às drogas etc, mas algo no mesmo patamar no sentido de que há momentos que parece fisiologicamente necessário encontrar certa pessoa e que o prazer proporcionado consequente deste encontro é igualmente satisfatório como outros vícios que sofrem um período de abstinência.
E quando digo tudo isso, falo de simplesmente ver o sorriso da pessoa vindo em sua direção.
De ficar sentado no sofá, trocando idéias, conversando, contando as coisas do seu dia, ouvindo com o maior interesse do mundo as coisas dela também.
Das mãos entrelaçadas. Dos dedos brincando. Do frio e do calor corporal que no fim das contas acabam sendo uma só temperatura. Do perfume. Da respiração.
De ver um filme em um sábado caseiro à noite.
De conhecer um passado do qual não participou. De viver um presente.
De rir de uma piada boba.
De achar legais suas manias e meticulosidades, métodos e conceitos.
De se interessar por sua escrita, seus pensamentos.
De dialogar. De filosofar. De olhar. De observar ...

E escrevo tudo isso sem vergonha nenhuma de admitir que é tudo verdade.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Reta final (ou 2009 - Balanço Prévio)

Agora que me toquei que já estamos em novembro. Que o ano já está acabando.
Não tinha percebido o quão perto estamos do final de 2009.
Ainda é meio "cedo" pra fazer um balanço, mas como bateu meio que o desespero de perceber que o tempo voou, levantarei alguns tópicos que mais pro final do ano serão aqui relembrados.

2009 - Balanço prévio

O ano começou beeeem estranho, porém de certo modo divertido.
Uma vida consideravelmente nova se iniciava e eu meio que estava tentando encaixar como as coisas ficariam dali em diante.
Festas, baladas, bares e saídas foram tantas que em determinado momento eu dei uma pisada no freio.
Fiz algumas besteiras beeem grandinhas das quais estou pagando a dívida até hoje ... Mas pra ser honesto, me diverti demais com tudo isso.
Esse ano ganhei lembranças muito legais, engraçadas e divertidas (talvez só pra mim, mas no fim é somente isso que importa, não?). E, se quando não me diverti, acabei caindo cavalo, pelo menos serviu como experiências futuras para evitar possíveis impactos desnecessários. "O saldo final de tudo foi mais positivo que mil divãs".

Fora isso, com a Colorbar tivemos uma quantidade relevante de shows (nem um pouco próxima do que eu ainda quero, porém ainda assim significativa se comparada com anteriormente) e estamos terminando de gravar nosso primeiro EP (ou CD, ou qualquer coisa que você queira chamar).

Do lado pessoal, não só fortaleci laços já existentes como conheci pessoas que com certeza já marcaram parte da minha história.
Conversas novas, papos novos, conceitos novos ... Enfim, pessoas que, como tive a chance de mencionar em certa ocasião, sem dúvida alguma são muito mais que simplesmente "alguém".

Termino meu breve texto por aqui.
Foi mais pra não perder o costume de escrever na verdade.
Estou sem computador. Estou utilizando o do meu pai.
Então vai saber quando será a próxima postagem.
Mas sem dúvida alguma até o fim do ano terão mais.
Mesmo porque eu PRECISO fazer o balanço final e oficial do ano de 2009.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Partido Pirata

Eu já tinha lido sobre a existência desta organização na Alemanha, mas confesso que até agora desconhecia completamente que ele estava às vésperas de ser intitucionalizado no Brasil e que o movimento do Partido Pirata aqui já existia desde 2007.
Tive a oportunidade de encontrar o link direto para a página deles e confesso que fiquei surpreso com o que eu encontrei.
Muitas das minhas próprias idéias e propostas que sempre achei que um dia poderiam ser implantadas ou simplesmente sugeridas parecem com a filosofia do grupo, a começar por uma falta de hierarquia na organização, sendo os membros tratados todos por igual e em um modelo horizontal de trabalho.
Mas o que mais me chamou atenção foi a ideologia da qual compartilho de que cultura não pode ser vendida, ou manipulada ou controlada. Que música, livros, enfim, todo bem cultural, deve ser compartilhado universalmente, sem esse monopólio ridículo que limita a criatividade e reduz a divulgação. A parte da indústria fonográfica me chamou mais atenção principalmente pelo fato de eu ser mais do que interessado no assunto e, acima de tudo, baixista da banda Colorbar (www.myspace.com/bandacolorbar). Breve marketing hahahaha.
Já é mais do que conhecido que os músicos de fato mal ganham com a venda de CDs. E, independentemente disso, sempre fui da opinião de que o músico tem que ser pago pra tocar. Músico tem que trabalhar. E não coçar a bunda no sofá por um ano inteiro enquanto arrecadaria receitas por algo que, ao meu ver, nada passa de um currículo do profissional (no caso do músico, o CD).
Quando você quer um emprego melhor, um lugar pra trabalhar, ser reconhecido como profissional renomado, você redige o seu currículo e o distribui livremente por aí, porque é do seu interesse que as pessoas tomem conhecimento do que você fez, faz e ainda pretende fazer. No caso do artista penso que deva ser igual. A gravação das faixas é só um dos processos. É só o começo. O estágio. O pequeno portifólio através do qual as pessoas conheceram uma parte de sua habilidade e decidirão, então, se vale a pena ir no show ao vivo e ceder parte de seu dinheiro para compor o seu salário. Simples assim.
Mas focando novamente nas propostas do Partido Pirata, eu recomendo a todos irem no site deles e formarem as próprias opiniões a partir da leitura e reflexão sobre o assunto.
Mas garanto que são no mínimo interessantes tentativas de revolução como: total transparência das informações governamentais, uso de softwares livres nos órgãos brasileiros e até luta contra projetos de lei como o de Azeredo e Mercadante, que ferem a liberdade de expressão e a privacidade da população brasileira.
Enfim, realmente gostei do que li e espero de coração que vá pra frente esta recente criação. Da minha parte, farei o que for possível para contribuir. Raramente encontrei tantos ideais dos quais compartilhava unidos em um mesmo lugar.
Para o site do Partido Pirata brasileiro: http://www.partidopirata.org/

domingo, 25 de outubro de 2009

Ócio ...

O que o ócio não me faz?
Eu simplesmente não tenho nada pra postar, e ainda assim me senti atraído em escrever algo.
Talvez porque ultimamente eu sinto um ímpeto extraordinariamente forte de combinar as palavras, sons, sentidos. Talvez porque eu não tenha simplesmente nada melhor pra fazer mesmo. Ou porque eu esteja tentando ocupar minha mente pra não pensar em outras coisas.

Mas de qualquer maneira, às vezes é bom passar esse tempo sozinho pra refletir (ou não!).

Por mais sádico, nerd ou imbecil que eu possa soar, esporadicamente eu gosto de ter um tempo pra fazer o que eu estou fazendo. Quem nunca passou uma madrugada de final de semana em frente ao computador, lendo, ouvindo música lenta, comendo, pensando no futuro, no passado, no presente ...

Uma amiga minha acabou de dizer que a noite está estranhamente assustadora. De fato eu estou com a sensação de que algo ruim poderá acontecer. E nem ao menos sei o que é. Mas espero estar redondamente enganado (tipo como se o Faustão falasse que dois mais dois é cinco).

Desculpo-me pelo post extremamente inválido que foi este, mas serve como proposta pra quem está meio confuso ou perdido ou algo assim.
É bom pra cabeça descansar um pouco. Buscar inspiração em algumas músicas acústicas (no meu caso, no momento é a trilha sonora do filme Into The Wild), ou nos sons de algum instrumento, ou nas palavras redigidas sem propósito específico senão o terapêutico.
Por mais desnecessários que pareçam, estes procedimentos podem servir pra desviar a atenção de coisas que estejam enchendo a sua cabeça. Preocupando, confundindo, desviando ...

Não sei se sou o único, mas eu me penalizo e muito por pensar.
Por mais que muitas das minhas ações espelhem para os outros justamente o contrário, eu mantenho uma tendência de analisar e inventar inúmeras possibilidades para cada ato meu, criando esperanças ou desesperanças antes de as mesmas poderem existir.
E não é um momento de arrogância este meu. Não quero dizer que penso na boa conotação que o verbo costuma levar. Mas digo que penso demais e de um modo ruim. O maior exemplo é estar filosofando em um texto extremamente contraditório como este sem chegar a lugar nenhum e por razão nenhuma também. Estranho ...

Enfim ... post só pra encher linguiça ... nem devia ter escrito ...

sábado, 24 de outubro de 2009

Tít--- -----rado

Não sou muito de ficar escrevendo sobre política e tal, mas certas coisas não podem deixar de serem ditas. Não que eu seja apolítico. Muito pelo contrário. Garanto ler e entender o que acontece ao redor do mundo muito mais do que muito anarquistazinho ou metidinho a revolucionário que se considera munido de argumentos simplesmente reproduzindo o que o Marcelo D2 ou o Chorão dizem na MTV. Acontece que eu infelizmente sou meio pessimista quanto à mudanças consequentes de panfletos e textos. Mas enfim, isso é discussão pra outro dia ...
O que de fato me fez vir aqui no blog postar sobre política é o absurdo sem previsão de fim que é o jornal O Estado de São Paulo estar, hoje, dia 24 de outubro de 2009, há 85 dias proibido de divulgar simplesmente quaisquer informações sobre as investigações feitas sobre essa escória que é o grupo de José Sarney e "cambada".
Limitar ou, como é o caso com todas as letras, CENSURAR qualquer coisa pra benefício próprio é, na minha opinião, um absurdo. Em plena era da internet e da informação livre e fácil, bloqueá-las assim, na cara dura, é um tapa na cara da dignidade humana. E nem estou apelando para essa utopia de acreditar que vivemos numa democracia, porque neste ponto eu sei que estamos bem longe. A vontade do povo em geral nunca foi de fato respeitada. Seja porque o conceito de "povo" era bem fechado (como no caso da famosa Grécia antiga, onde o conceito foi criado) ou porque, como funciona hoje no mundo, é simplesmente a imposição da vontade de uns sobre os outros (mesmo que esses "uns" sejam maioria).
Anyway, a questão é que um jornal, um meio de comunicação acessível a toda a população, não pode continuar sob censura como está ocorrendo. É um absurdo que informações cruciais sobre os homens que gerem nossa política não possam ser divulgadas. Não é nem que não possam ser discutidas ou refutadas, ou algo assim. Não. Nós fomos privados de simplesmente TOMAR CONHECIMENTO do que acontece ...


... e ainda assim uma rápida volta pela internet ou qualquer lugar que tenha jovens com pretensões marxistas você encontra toneladas de bobagens sobre liberdade, sabedoria e melhoria social ...


... enquanto um dos maiores jornais do Brasil é proibido de ampliar os dados sobre a situação e divulgar, nem que seja para um número mínimo de pessoas, a verdade (ou o mais próximo disso possível no caso).

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Vinte e poucos ...

"But I’m still having fun and I guess that's the key,
I'm a twenty something and I'll keep being me ..."
-Twentysomething (Jamie Cullum)

Muito se fala sobre ter vinte e poucos anos (e nem estou falando do Fábio Jr. ou dos Raimundos) e, pelo visto, o caos predominante desta fase não se limita às lendas populares e conselhos de família.
Começo este blog, feito sabe-se lá porquê no tédio de uma madrugada de quinta-feira, dissertando sobre as maravilhas e desastres de entrar na crise dos "vinte-e-poucos anos".
Nesta idade (que compreende, obviamente, a faixa de 20 à 29 anos e antecipa a famosa crise dos trinta) você com certeza já filosofou sobre certas coisas que envolvem a sua vida (e a alheia também).
Começa a se indagar, por exemplo, se o que conquistou até então era o que realmente queria. Se o caminho (e alguns casos, caminhos - inclusive opostos) que está percorrendo chegará a um destino final satisfatório ou se você de fato ao menos sabe o que você quer pra sua vida.
Vejo (e muitas vezes faço o mesmo) as pessoas que comigo compartilham as mesmas angústias tentarem abraçar o mundo inteiro de uma vez e simplesmente não concretizar nada por completo. Projetos mil, qualidade zero.
Aos vinte-e-poucos, você com certeza também já viveu algumas coisinhas e aprendeu lições básicas para uma vida inteira. Já experimentou alguns erros. Já adquiriu alguns vícios de personalidade. Já mudou certos hábitos antigos (pra melhor ou pra pior). Já amou, no mínimo, uma vez. E igualmente se decepcionou. Já percebeu que os relacionamentos são muito mais complexos que as provocações de pátio de colégio, portas de shopping centers e festas de aniversário. Já notou que o sorriso perdeu a inocência para a sedução. Que a curiosidade do olhar cedeu espaço para o desejo de conquistar. Já inventou teorias para um mundo melhor. Já acreditou (e se já não desacreditou, desacreditará) que conseguiria mudar a humanidade inteira sozinho. Já pensou em largar tudo, em começar de novo, em consertar, em espernear, em gritar, em dançar tango no telhado, em sair mendigando, em caminhar pela madrugada sem direção definida, apenas com um bom agasalho e seu disco favorito no mp3 ...
Na fase do "definitivamente talvez", em que as decisões parecem tão importantes e impossíveis de serem tomadas por toda uma eternidade, nos encaixamos no meio termo do mundo: muito velhos para não formar uma opinião e muito jovens para que a mesma seja totalmente levada em conta. Como já escreveu Jeff Buckley: "too young to hold on and too old to just break free and run".
A ansiedade, as questões, os nervos à flor da pele e o stress assumem o comando.
Um dia queremos girar o planeta com nossas próprias mãos se possível fosse. No outro, imploramos uma pausa como se nosso umbigo fosse a causa do movimento da rotação terrestre.
Mas ainda assim, sabemos muito bem que vivemos uma época excelente. Que esse é o nosso tempo, a nossa hora. Que se os dias passam mais rápido que antes, ainda assim são proporcionalmente intensos. Que o horizonte não é de todo ruim. Que estas são nossas últimas chances de extravasar, de conhecer, de caleijar, enfim, de - paradoxalmente - viver (antes de a vida começar).