quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Tiê, internet e um pouco de francês

Não sei quantos vão ler. Não sei nem exatamente o que vou escrever. Só sei que este parágrafo inicial já foi escrito e desfeito tantas vezes que ninguém poderia sequer supor o número real. Então fico com este, já que nenhum seria bom o bastante pra demonstrar a minha falta de habilidade, nas linhas a seguir, em descrever uma amizade que, apesar de ainda jovem, já está marcada por vários momentos de grande intensidade.

Tudo começou na curiosidade de saber quem era aquela menina loira e misteriosa sentada ao meu lado, de camisa xadrez vermelha e óculos. Quieta, analítica e atraente.
Muito tempo passou sem eu nem saber o nome dela. Mas ainda assim insistia comigo mesmo que, apesar de toda a minha falta de jeito e anti-sociabilidade, um dia iria ao menos desenvolver um diálogo decente com aquela figura.

Realmente não sei como, quando ou o porquê de começarmos a conversar. Provável que algum recurso em comum da internet (que descobriria mais tarde ser um dos grandes vícios dela) tenha cruzado nossa frente. Mas o que importa nesta primeira etapa da história é dizer o quanto foi legal isto ter acontecido. Eu não tinha noção de que estava pra conhecer uma pessoa de grande importância pra mim.

Diálogos por horas pela internet, mensagens de celular e afins e descobrimos uma relação agradável, sincera e com muito escambo cultural. Em uma das infinitas conversas, combinamos de assistir uma artista que gostávamos em comum. Se o show foi legal, passar um tempo conhecendo-a melhor foi indescritível. Risadas, gestos, apresentações e um dia pra lá de memorável.

E, como uma Ferrari sem freios descendo uma imensa ladeira em dia de chuva, me pareceu que as coisas estavam deixando para trás a velocidade da luz, tamanha rapidez e brevidade entre fatos, dias e contos. Festas, baladas, sorrisos, shows, ensaios, família, casas, filmes, músicas e comecei a ver as coisas por um prisma diferente. Caminhar nas ruas rindo de abacaxis, bonobos e direções confusas. Jazz, Stellas e comédias de improviso.
De repente sua presença virou minha nicotina. E se passar o tempo junto fossem seus adesivos, eu já estava quase tirando o filtro da cigarrilha. De uma hora pra outra viramos a boa companhia para ver aquele filme alternativo com um edredon.
Eu sempre estive consciente de que procurava o acesso de uma avenida através de uma rua sem saída. Mas sussurrar "petit chansons" em plena madrugada é mais perigoso que o Bin Laden na presidência da American Airlines. Acabei gostando.

Como toda boa história que se preze, há momentos tristes. Mas estes não ganharão lugar aqui. Pelo menos não oriundos de meus dedos e teclado. Se brigas, mágoas e talvez certa decepção tentaram infectar alguma vez este organismo chamado amizade, o riso característico de seus momentos de felicidade, a serenidade dos atos cotidianos e toda a consideração e carinho imensos adquiridos até aqui são o antibiótico perfeito para minhas noites de sono tranquilas e saudáveis.
O que importa, daqui em diante, é o agora. É a sinceridade (abundante em sua personalidade forte)! É uma amizade legal, divertida e cheia de histórias. Uma amizade presente e recíproca. Onde ambos se preocupam pelo bem-estar do outro. E sempre estão lá quando necessário.

Eu realmente sinto muito se deixei coisas de fora, ou se era esperado um texto melhor. Mas acho que, entre nós dois, muito bem sabemos de toda importância, carinho e cuidado que temos um com o outro. Esta é uma relação de amizade que realmente gosto e que cultivarei até o fim das forças.
Tanta coisa que queria escrever e achei que não podia. E tantas que nem precisei porque você já as sabia. Mas tudo isso foi só um jeito de enfatizar como você também é muito especial pra mim e merece tudo de bom na sua vida. E como ficarei feliz em aplaudir, de pé e alegre, cada sonho seu realizado.